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1.
Feudalismo e seu impacto na história do Ocidente
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Sistema de posse e exploração da terra
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Segundo Marc Bloch, existiram duas épocas
feudais: “A primeira, até meados do século XI, correspondia à organização de um
espaço rural estável em que as trocas eram fracas e irregulares, a moeda era
rara e o regime de salário, quase inexistente. A segunda foi produto dos
grandes desbravamentos de terras, da renovação do comércio, da difusão da
economia monetária, da crescente superioridade do comerciante sobre o
produtor”.
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Ou seja: o primeiro tipo de feudalismo é menos
produtivo que o segundo tipo de feudalismo
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Feudalismo pode ser também entendido pelas
relações hierarquizadas entre senhor e vassalo.
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Senhorio: “A exploração rural, o domínio
fundiário é a base de uma organização social e política”
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O vassalo devia fidelidade ao seu senhor e tinha
obrigação de contribuir para administração, justiça e exército em troca de
proteção.
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Investidura: cerimônia simbólica de concessão de
feudo ao vassalo. Era-lhe entregue um objeto para simbolizar a concessão do
feudo.
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Porém, um vassalo poderia ter vários senhores.
Essa era uma prática normal no medievo.
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Homenagem lígia: o vassalo tinha preferência por
tal senhor e, obviamente, servia preferencialmente a este que aos outros
senhores.
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Desafio: o vassalo poderia renunciar ao feudo e
à fidelidade do senhor que não cumprisse o que foi acordado, assim como o
senhor poderia confiscar o feudo do vassalo que não honrasse seus compromissos.
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“O centro da organização feudal é o castelo
fortificado” Georges Duby
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O castelo detinha poder econômico, judicial e
político.
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No século XIII, a castelania deixa de ser a principal
característica na organização dos poderes, uma vez que o feudalismo rural (nos
campos) deixa de ser o principal.
2.
Idade das Trevas? As diferenças entre os séculos
V-X e XI-XV
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O aumento demográfico acentua o progresso na
transição dos séculos X e XI. Uma vez que a paz começa a ser instaurada, a
população aumenta e, graças a isso, a economia move-se.
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“Todos estavam sob o efeito do terror das
calamidades da época precedente e atormentados pelo receio de, no futuro, se
verem arrancados às doçuras da abundância”
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Por volta do ano Mil, houve uma revolução
agrícola, uma vez que –com a ruralização- foi preciso melhoria nos métodos de
cultivo. Este é um dos pontos principais para a diferenciação entre Alta e
Baixa Idade Média (Terror x Paz)
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Antes do ano Mil, existiam apenas trinta
cidades. Em 1200, já existiam 150 cidades.
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Com o crescimento da população e da economia,
formam-se burgos(cidades) em torno das antigas muralhas feudais. Seus
habitantes serão chamados de burgueses.
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Comuna: populações urbanas em comunidades
dotadas de personalidade jurídica. Com as comunas, os burgueses conseguiram
alguns privilégios, como conselhos, diretos sobre mercados e impostos e a
formação de milícias.
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Aristocracia e nobreza eram favoráveis às
comunas.
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“A cidade também é, em alguns casos notáveis,
uma atividade intelectual animada, que se concentra em torno das escolas
catedrais, colégios e, mais tarde, universidades.(...) Os meios escolares e
universitários são notavelmente abertos às novidades do mundo urbano, e são
incitados pelas suas inovações a propor suas próprias novidades no campo do
pensamento.
3.
Os valores da burguesia medieval
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“A burguesia no sentido medieval não tem, então,
nada a ver com a classe que geralmente designamos por este termo, pois ela
inclui tanto cavaleiros como trabalhadores assalariados que residem na cidade”
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Como foi visto no capítulo acima, não havia um
choque entre aristocracia e burguesia. Seus interesses fundiam-se. A
aristocracia, como vimos, era favorável à formação das comunas.
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A s comunas, inclusive, são fruto da
conveniência entre a aristocracia cavaleireisca e a elite de mestres de ofício.
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A elite urbana medieval combina atividades artesanais
e mercantis com reivindicação de nobreza.
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A burguesia se esforçava para imitar a nobreza e
aristocracia.
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“Um ‘burguês’, cujo ideal é a renda fundiária e
a integração à nobreza, não tem nada em comum com o que entendemos pelo termo
burguesia (que supõe ganho tirado da atividade econômica seja essencialmente
destinado a ser reinvestido como capital”
4.
O
príncipe: de primeiro entre os iguais para o Rei
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O poder do rei era simbólico e restrito, já que
este não controlava seu território.
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“O resto dos reinos era concedido em feudos,
tornados praticamente autônomos e detidos por grandes nobres”
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Porém, os reis gozam de prestígio e privilégios
por serem “reis cristãos”. Ou seja, tornavam-se reis aqueles legitimados por Deus.
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“Se a consagração não é suficiente para
estabelecer uma ‘realeza sagrada’, que integraria o rei ao clero, ela, ao
menos, eleva-o um pouco acima dos outros laicos, uma vez que ele é investido de
alta missão desejado por Deus (por vezes, ele é mesmo dito ‘coroado por Deus’”
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O apelo popular do rei é tão grande que
acreditavam que, mesmo ao tocá-lo, estariam curados de suas doenças
divinamente.
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O rei tinha duas funções fundamentais: ele deve
garantir a paz e a justiça.
5.
A mulher (realidades sociais)
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As mulheres de diferentes posições sociais
tinham distintas funções e posturas diante da sociedade no medievo
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As senhoras tinham poder uno sobre suas
domésticas (criadas e escravas). É dito num relato de 590 que, como punição por
tentativa de conspiração, a rainha Faileubu condenou uma doméstica a trabalhar
num moinho após ter o rosto mutilado com barras de ferro em brasa. Isso
demonstra a superioridade das senhoras sobre suas subordinadas, assim como seus
maridos com seus vassalos.
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Castelãs, na ausência de seus maridos, tomavam
frente de suas propriedades. Negociavam e fiscalizavam vassalos e, se fosse
preciso, defendiam seus castelos em batalha.
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As domésticas eram criadas semilivres. Ou seja:
eram mulheres – da cidade ou campo – que tinham a função de manter a casa
limpa, cuidar das crianças e ser fiel aos seus senhores. Eram pobres, a maioria
tinha menos de 13 anos e tinham contrato de tempo indeterminado. Eram agregadas
às famílias de seus amos, o que significa um gasto a menos para sua família de
origem
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Artesãs eram pobres, solteiras (para ajudar a
família), casadas (para ajudar seus maridos) e viúvas (para sobreviver).
Esposas de mestres de ofício supervisionavam meninas aprendizes que, assim que
se qualificassem, poderiam abrir um próprio ofício para ganhar a vida.
Profissões ligadas ao acabamento na indústria de vestuário eram desenvolvidas
por mulheres. Artesãs também estavam ligadas à construção civil e ao setor
alimentício e etílico.
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As negociantes eram parentes de homens
negociantes e auxiliavam ou substituíam os homens. Na maioria das vezes, tinham
lojas de gênero alimentício nas cidades. As viúvas negociantes também eram
extremamente ativas. Entendiam profundamente de operações financeiras e,
eventualmente, conseguiram conquista independência em relação aos homens.
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